A plataforma permite que indivíduos, escolas e comunidades implementem sensores sísmicos em tempo real com configuração zero, transformando espaços quotidianos em nós de uma rede geofísica global. Construída com base em princípios de hardware e dados abertos, a EQCitizen reduz as barreiras de entrada para a observação sísmica, possibilitando que qualquer pessoa, desde entusiastas a educadores, possa participar na monitorização científica e de segurança pública.
Cada unidade captura movimentos do solo, dispara alarmes, guarda e transmite dados mseed, cria visualizações estilo helicorder que são instantaneamente acessíveis através da web, permitindo a partilha transparente e a análise colaborativa. O sistema foi concebido para ser resiliente e autónomo, com registo automático de dados, sincronização de data e hora e integração opcional com sistemas de alerta ou redes locais. Quer esteja instalado numa sala de aula, numa cabana remota ou numa cave urbana, o EQCitizen contribui para uma infraestrutura descentralizada de sensibilização para os sismos que valoriza a acessibilidade, a redundância e a ciência orientada pela comunidade.
Ao combinar hardware de baixo custo com software robusto, o EQCitizen fomenta uma cultura de curiosidade e preparação. Não é apenas uma ferramenta: é um convite para observar, aprender e conectar. Desde tremores locais a eventos sísmicos globais, cada sinal importa. O EQCitizen garante que estes sinais são captados, visualizados e partilhados, democratizando a sismologia.
Este sistema encontra-se em fase beta de desenvolvimento, pelo que podem ocorrer problemas gráficos, falhas no sistema ou interrupções.
Ao contrário das estações profissionais localizadas em zonas remotas ou montanhosas — onde o ambiente é mais "tranquilo" e livre de interferências —, as nossas estações estão expostas à agitação da população, frequentemente em ambientes urbanos.
O tráfego, as obras, as vibrações quotidianas e até um camião do lixo geram vibrações que podem aparecer no helicómetro como movimentos abruptos ou padrões incomuns. Estes nem sempre correspondem à actividade sísmica real, mas antes reflectem a interacção diária com os vizinhos, os serviços públicos e o ritmo constante da cidade.
Na interpretação dos dados, é importante ter em conta que esta é uma estação cidadã: mais "contaminada" pelo ambiente, mas também mais próxima da comunidade. O seu valor reside em aproximar a ciência das pessoas, mesmo que isso implique viver com um pouco de ruído.
Embora os dados de uma estação cidadã possam parecer "ruidosos", também abrem uma oportunidade única: pela primeira vez, podemos observar o pulsar sísmico das nossas cidades. Cada vibração, cada padrão, cada anomalia pode ser transformada em informação útil para melhor compreender o comportamento de cada área urbana. Com o tempo, estes dados podem ajudar a detetar padrões locais, melhorar a resposta a emergências e aproximar a ciência do quotidiano. A sua cidade também tem muito para nos contar!
